11/05/2016 - 72 anos de história - Vera Cruz Divulgação - Jornal de Pomerode
O ano de 1944 foi especial para os moradores da região de Testo Central. O auge da 2ª Guerra Mundial, marcou o início da história de um Clube Esportivo, que trouxe lazer aos moradores desta localidade: Vera Cruz. Sem ter muita opção de distração e divertimento na região, especialmente nos finais de semana, Hermann Koch, Ernesto Penzlien, Arno Glatz, Bruno Wachholz, Artur Rux, Leopoldo Kuehlwein e outros se reuniram numa noite no salão de baile Hermann Koch, para discutir o assunto. Então, no dia 3 de maio do respectivo ano, foi fundado oficialmente o Vera Cruz Esporte Clube. A ideia da constituição partiu de Arno Glatz e logo foi compartilhada por Izidoro Kienen e Bruno Wachholz. No começo da idealização do clube, o terreno localizava-se no início do Ribeirão Souto e foi cedido por Hermann Koch, sendo a aração feita por Ricardo Prochnow. Em 1951, após a conquista da 2ª divisão, foi realizado um grande baile de confraternização, inclusive com a eleição da Rainha do clube, Marlene Penzlien. Nessa época, o clube contava com aproximadamente 200 sócios, e organizava quatro bailes por ano, sempre muito concorridos. Em 1970, teve início a obra de transferência da sede social e do estádio para o local atual, na Rua XV de Novembro. Os atletas convocados residiam todos em Testo Central e Testo Alto. O primeiro jogo foi realizado contra a equipe do Clube Testo Salto (hoje Karsten), no qual o Vera Cruz perdeu por 6 x 1. A primeira participação foi em Campeonato oficial da 2ª divisão de Amadores, promovido pela Liga Blumenauense de Futebol (LBF), em 1945, e o Vera Cruz sagrou-se campeão da competição. Após isso, ao longo destes 70 anos de existência, muitas taças vieram e grandes personagens apareceram, dentro e fora de campo. O Jornal de Pomerode foi em busca de alguns nomes e conversamos com alguns dos grandes ícones do clube, como o ex-jogador, dirigente e técnico, Ilmar Marquardt (Malu), de 54 anos e Alidor Struck, de 84 anos, mais conhecido como Capitão, torcedor símbolo do Vera Cruz. Além dele, ouvimos Zauri Martins do Nascimento, que, por questões políticas, deixou o cargo de presidente do Vera Cruz. Atualmente, Marcelo Steinert, antes vice-presidente, assumiu o posto de Zauri, à frente do clube. Malu, que começou no clube com apenas cinco anos de idade, no campo que ficava nos fundos do Ribeirão Souto, começou sua carreira como jogador do time quando tinha 12 anos na equipe aspirante. Aos 14, já era reserva no titular. Com uma família totalmente ligada à história do Vera Cruz, com uma grande colaboração de seu avô, Malu ao longo do tempo ganhou algumas Taças Pomerode e, também, Campeonatos da LBF. Por causa de uma grave lesão, Malu deixou o campo no ano de 1983, mas nunca deixou de ajudar o clube no que estava em seu alcance. Como jogador, Malu diz que o ano de 1982 foi muito especial. Nesta data, a equipe que ele jogava tornou-se campeã da LBF, em jogo realizado no Estádio do Sesi, em Blumenau. Na oportunidade, a taça foi erguida depois que venceram seu grande rival, o Floresta, por 2 a 1. "Foi uma das conquistas mais festejadas pela torcida", lembra Malu. Além de jogador, quando se fala em clube, não podemos esquecer que o torcedor, como sempre, é o maior patrimônio de um time. E quando falamos em torcedor símbolo, falamos de Alidor Struck, de 84 anos, mais conhecido como Capitão, que acompanha o time desde quando o campo se encontrava no Ribeirão Souto. Fazia e faz o possível e impossível para ver os jogos do Vera Cruz. Uma curiosidade do "Capitão" é que ele estava presente no ano de 1950 quando o Brasil ficou com o vice-campeonato na Copa do Mundo. Ele servia ao Exército naquela oportunidade e era um dos cerca de 120 mil torcedores presentes no Maracanã. Torcedor fanático do Bangu também, Capitão jogou no Vera Cruz nos anos de 1952 e 1953. Um dos títulos que Struck lembra com carinho, foi a conquista de 2009 da Liga Pomerodense de Desportos. Jogando em seu estádio, completamente lotado pela torcida fanática do Vera, a equipe local venceu o Botafogo por 1 a 0 em sua casa e levantou o troféu. "Lembro que o lateral esquerdo na época, o Rafael Willms, disse o seguinte para mim, em cobrança de falta: ‘Capitão, aumenta o volume do rádio que vamos fazer o gol agora'. E não é que saiu mesmo o gol do título naquele lance? Foi muito bacana. Inesquecível". Zauri Martins do Nascimento, ex-presidente, lamenta que, em sua gestão, acabou pegando os anos de maior crise (se tratando de um modo geral, no país), mas destaca as melhorias que foram feitas ao longo do mandato. "Sabemos que os últimos dois anos não tivemos futebol. Foi difícil. Desde que assumi o Vera Cruz, o desafio era dar uma restruturada no clube. Meu foco principal foi este. Pegamos, infelizmente, os anos de maior crise. Está bem complicado, mas através dos eventos feitos, estamos buscando fazer as melhorias necessárias". Zauri também destaca que a preocupação, desde o início, sempre foi com a base do time. Em uma parceria com a escolinha do Francis, Zauri comemora que os garotos estão em campo novamente, sem cobrar nada. "Ver a alegria da criançada treinando não tem preço". Para encerrar, Zauri deixa claro que a não participação em nenhum campeonato durante sua gestão foi por falta de opções. "Quero deixar claro que decidimos, em reunião, que participaríamos no segundo semestre de uma competição. Tínhamos duas opções: Municipal ou o campeonato organizado pela Afablu. Infelizmente, ambos foram cancelados. Então, por uma infelicidade, esse ano ficamos fora de competições. Estávamos preparados para participar. O importante é que com esta pausa reforçamos ainda mais nossa estrutura". ..........................
